Depois da tempestade vem à bonança, este ditado popular exprime bem a situação do cinema brasileiro. Quem diria que a, pois a quebra do inicio anos noventa, a produção cinematográfica brasileira iria ressurgir de suas próprias cinzas. Com certeza tem tudo a ver com as três indicações ao Oscar pelos filmes (“O Quatrilho” (1995), “O Que é Isso, Companheiro” (1997) e “Central do Brasil” (1998)) que nos presenteou com a atual desinibição.
Após o cataclisma do início dos anos 90, o sistema se reergue gradualmente. A criação de novos mecanismos financiamento da produção por meio de renúncia fiscal (Leis de Incentivo), juntamente com o surgimento de novas instâncias governamentais de apoio ao cinema, auxilia a reorganizar a produção e proporciona instrumentos para que realizadores possam competir, mesmo de modo desigual, com as produções milionárias das maiores norte-americanas. Esse período é conhecido como a “Retomada” do cinema brasileiro. Em pouco tempo, três filmes são indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro: “O Quatrilho” (1995), “O Que é Isso, Companheiro” (1997) e “Central do Brasil” (1998), também vencedor do Urso de Ouro do Festival de Berlim. Nomes como Walter Salles, diretor de “Terra Estrangeira” (1993) e “Central do Brasil” e Carla Camuratti, diretora de “Carlota Joaquina, Princesa do Brazil” (1995) tornam-se nomes conhecidos do grande público, atraindo milhões de espectadores para as salas de exibição. http://www.suapesquisa.com/musicacultura/cinema_brasileiro.htm
Uma desinibição que desnuda não o corpo, mas a alma, deste povo brasileiro que contradiz a imagem do Jeca Tatu e do Malandro Carioca. E aos poucos vamos nos descobrindo, encontrando nossos heróis e heroínas, que se orgulham da simplicidade de sua existência, da dureza de suas vidas, da luta, das lagrimas e glorias. Focalizando um novo Brasil, ou talvez enxergando pela primeira vez, e matando a visão deturpada que temos sobre nos mesmos, uma visão que para os jovens chega a atrapalhar seu desenvolvimento adequado.
Meus heróis não morreram de overdose, esta é uma realidade que vem ganhando as telas de cinema no Brasil e muitas honrarias no mundo. E agora o Brasil ver o que eu vejo, si conhece, si encontra, na seca que faz do Nordestino um eterno sonhador. Que constrói o Brasil com suas próprias mãos e faz deste país o que ele é. Heróis como, Francisco, Luiz retratados nas telas brasileiras a três por quatro hoje.
Vocês devem estar se perguntado para que tudo isto? E eu respondo: Para falar de nos mesmos do nosso cinema Pernambucano que neste mês de Janeiro de 2010 ganhou um forte aliado a suas produções, o cinema São Luiz. Que antes privado privilegiavas as produções comerciais, hoje sobre a tutela do estado será uma aparato a divulgação das nossas produções. Já que nos Pernambucanos somos parte muito importante da produção cinematográfica brasileira como nos fala Regina Coeli Vieira Machado: Na fase pioneira do cinema brasileiro surgiram os ciclos regionais, que eram movimentos anti-estrangeirismos. Os filmes eram produzidos a partir da realidade sociocultural do povo brasileiro. Desses ciclos o que mais produziu foi o de Pernambuco.
A história do cinema pernambucano, iniciada em 1922, foi marcada por dois momentos importantes para o cinema regionalista brasileiro. O primeiro foi o chamado Ciclo do Recife, na década de 20, e o segundo foi o movimento Super 8, na década de 70, cujos documentários se encontram sob a guarda da Coordenação de Som, Imagem e Microfilmes da Fundação Joaquim Nabuco.
O Ciclo do Recife foi um dos mais importantes e mais movimentados do cinema mudo regionalista, durando cerca de nove anos. Reuniu inúmeros jovens, de diversas categorias profissionais, que dividiam o tempo entre a profissão e a arte de fazer cinema.
Destacaram-se, nesta fase áurea os jovens: Edson Chagas, Gentil Roiz, Ary Severo e Jota Soares, que se uniram em favor do resgate da memória nacional, porque até então os filmes que chegavam ao Brasil e faziam sucesso no mundo inteiro eram os norte- americanos, totalmente dissociados do contexto da sociedade brasileira.
Nesta época, registrou-se a maior produção de filmes de longa-metragem e documentários genuinamente brasileiros, baseados em temas do cotidiano da sociedade recifense como: Retribuição; Aitaré da Praia; Um dia na fazenda; Um ato de humanidade; Jurando vingar; Filho sem mãe; Grandezas de Pernambuco; Histórias de uma alma; Herói do século vinte; A filha do advogado; Sangue de irmãos; Reveses, dança, amor e ventura; Destino das rosas; No cenário da vida entre outros.
Retribuição foi o primeiro filme de enredo realizado em Pernambuco, em 1924-1925, escrito por Gentil Roiz, baseado no tema de bandido, mocinha, mina e muita confusão. Dirigido pela equipe de Barreto Junior, Almery Steves, Eronides Andrade e produzido pela Aurora Filmes.
http://www.fundaj.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=16&pageCode=300&textCode=2499&date=currentDate
A importância de um aparato como o cinema São Luiz e inimaginável para as produções locais, que garantirá a exibição do trabalhos. Produzidos pelos da Silva de nosso Pernambuco.
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