terça-feira, 9 de novembro de 2010

boletin nº 231

Carta aberta da ANL
A Associação Nacional de Livrarias publicou em seu endereço na web uma carta aberta à presidente da República, governadores, deputados e senadores na qual apresenta os resultados dos debates ocorridos durante o 1º Encontro ANL de Livreiros Independentes. O texto, entre outras questões, reafirma a função cultural e social da livraria como fator de desenvolvimento econômico e humano das pessoas e solicita apoio político para aprovação dos projetos de leis que criam o Fundo Pró-Leitura, PNLL e o Instituto do Livro.
Chico Buarque e Maria Rita Kehl vencem o Jabuti 
Depois de receber o Prêmio Jabuti em 1992, com Estorvo, e em 2004, com Busdapeste, Chico Buarque ganha também o troféu de 2010 na categoria Melhor Livro do Ano Ficção, por Leite Derramado. Já o Melhor Livro do Ano Não-Ficção foi para Maria Rita Kehl e seu O tempo e o cão. Na votação do júri popular, além de Chico, venceu Linguagens formais: teoria, modelagem e implementação , de Marcus Vinícius Medena Ramos, João José Neto e Ítalo Santiago Vega. Na cerimônia de entrega da 52ª edição do Jabuti, o diretor de Livro, Leitura e Literatura do Ministério da Cultura, Fabiano dos Santos Piúba, representando o ministro Juca Ferreira, “destacou a importância do prêmio como uma tradução dos quatro eixos do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL)”, segundo nota publicada no site do Ministério da Cultura . 
Verbas só para cidades com bibliotecas

Somente municípios que mantenham bibliotecas públicas terão direito de receber verbas do Ministério da Cultura. A afirmação foi feita, informa a Agência Brasil , pelo ministro Juca Ferreira, que irá detalhar a medida por meio de portaria ministerial a ser editada ainda este ano. O objetivo é garantir que os prefeitos invistam na manutenção das bibliotecas, já que, segundo Juca, “o Brasil já zerou o número de municípios sem bibliotecas, mas elas acabam fechadas, porque os prefeitos não acham relevante pagar duas bibliotecárias e três funcionários”.
Olimpíada Solidária de Estudo
Começou em 15 países no último dia 5 de novembro e segue até 5 de dezembro a 8ª edição da  Olimpíada Solidária de Estudo. No Brasil, que participa pela terceira vez do movimento iniciado na Espanha em 2003, 33 bibliotecas de 12 cidades se converterão em bibliotecas solidárias. Ou seja, para cada hora de estudo ou leitura em uma dessas bibliotecas, será doado 1 Real para um projeto social na área de educação. A iniciativa conta com o apoio do Ministério da Cultura e do PNLL. No ano passado, 431 bibliotecas em todo o mundo receberam 34.986 participantes, totalizando 312.729 horas de estudo. O resultado deste esforço beneficiou pessoas na Angola, Burundi e em Niterói (RJ). O Brasil contou com a participação de 5.537 estudantes em 17 bibliotecas cadastradas, gerando 15.872 horas de estudo.
Lobato e a polêmica do racismo I
Na última semana de outubro, o Conselho Nacional de Educação (CNE) publicou um parecer no Diário Oficial da União no qual sugere que o livro Caçadas de Pedrinho , de Monteiro Lobato, deixe de ser distribuído em escolas públicas - a obra faz parte do acervo do Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE)  - ou que conste o alerta de que se trata de um texto racista. O parecer afirma ainda que o programa segue critérios estabelecidos pela Coordenação-Geral de Material Didático do MEC para a seleção de títulos, e um dos critérios é primar pela "ausência de preconceitos, estereótipos ou doutrinações".
Lobato e a polêmica do racismo II
Como lembra reportagem da Agência Brasil , “para que um parecer do conselho tenha validade, ele precisa ser homologado pelo Ministério da Educação”. A reportagem continua: “Haddad disse que a pasta já recebeu diversas manifestações contrárias à recomendação do CNE e, por isso, pedirá ao colegiado que reconsidere a decisão”. O ministro comentou ainda que recebeu “manifestação de educadores, acadêmicos, estudiosos recomendando que a linha que o ministério defende sempre [de não restringir ou censurar as obras] seja mantida nesse caso”.
Lobato e a polêmica do racismo III
Uma das vozes contrárias ao parecer do CNE foi a da escritora Ana Maria Machado. Para ela, “sabe-se hoje que diferentes leitores interpretam um mesmo texto de maneiras diferentes. Uns podem morrer de medo de uma cena que outros acham engraçada. Alguns podem sentir-se profundamente tocados por passagens que deixam outros impassíveis”. Já o diretor de redação da revista Época , Paulo Moreira Leite , argumenta que “todos nós fomos educados com a noção de que o Brasil é um país onde o racismo não existe. Vejamos, então, a contradição: o mais popular autor infantil brasileiro autoriza a protagonista da obra a chamar uma empregada negra de macaca, chama seus lábios de beiços…num trabalho frequente de desumanização”. 
Leitura nas prisões

Será lançado nesta quinta, dia 11, pelo Departamento Penitenciário Nacional o projeto “Uma janela para o mundo – Leitura nas prisões”. Escritores vinculados a Unesco vão realizar oficinas de leitura para presos e servidores em todas as unidades, enquanto que a equipe de tratamento penitenciário dará continuidade ao trabalho iniciado, tornando a atividade de capacitação permanente. Projetos como o Arca das Letras, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Pontos de Leitura , do Ministério da Cultura, integram esta ação como forma de incluir os atores do Sistema Penitenciário Federal em suas políticas públicas de democratização do acesso ao livro e de incentivo à leitura.
Favoritos
Samuel Beckett (1906 – 1989)
“Na longa trajetória beckettiana, em que a fidelidade a um mesmo universo temático (a miséria, a solidão e a importência humanas) vem acompanhada por uma infidelidade aos gêneros (prosa e drama levados ao limite do reconhecível, poesia e crítica exercidas ocasional, mas não menos conscientemente), chama nossa atenção a desconfiança tão prematura de Beckett em relação a arte que parte de hipóstases do sujeito para situá-lo, imutável, num confronto com um mundo objetivo igualmente reitificado. À continua substituição das cascas sucessivas a que damos o nome de 'eu' corresponde um mundo igualmente cambiante e a arte deve fazer justiça à natureza movediça do terreno em que pretende promover o encontro (ou denunciar o desencontro) entre o sujeito e o universo.”
Trecho de Samuel Beckett: o silêncio possível , de Fábio de Souza Andrade


Obras

Multimídia

Dicas de leitura

Brigas... e Depois?, de Chico Buarque“Eram meras questões de minutos. E o encontro dos namorados mais parecia um duelo de ciúmes.
— Você chega sempre atrasado.
— É, sei. E ontem, quem é que ficou aqui esperando, que nem um pateta?
— Ah, eu só atrasei dois minutos. Hoje você atrasou dez.
— Você é que chegou adiantada. Mas deixa que qualquer desses dias eu descubro o que você tanto faz, que nunca chega na hora certa.
E as discussões se sucediam, sem pé nem cabeça. Mas ciúmes são cegos como o próprio amor. São sentimentos mesquinhos, minuciosos, não esquecem a insignificância dos mínimos segundos. As batidas do coração jamais deveriam se escravizar aos tiquetaques desencontrados de dois relógios diferentes.”
Leia o texto na íntegra

Penetrália, de Olavo Bilac
“Falei tanto de amor!... de galanteio,
Vaidade e brinco, passatempo e graça,
Ou desejo fugaz, que brilha e passa
No relâmpago breve com que veio...

O verdadeiro amor, honra e desgraça,
Gozo ou suplício, no íntimo fechei-o:
Nunca o entreguei ao público recreio,
Nunca o expus indiscreto ao sol da praça.

Não proclamei os nomes, que baixinho,
Rezava... E ainda hoje, tímido, mergulho
Em funda sombra o meu melhor carinho.

Quando amo, amo e deliro sem barulho;
E quando sofro, calo-me, e definho
Na ventura infeliz do meu orgulho.”
Leia mais poesias de Bilac
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56ª Feira do Livro de Porto Alegre (RS)
29 de outubro a 15 de novembro
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Primavera dos Livros (SP)
1° a 15 de novembro
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18 a 21 de novembro
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1º Salão Internacional do Livro da Paraíba (PB)
20 a 28 de novembro
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Feira do Livro de Guadalajara (México)27 de novembro a 5 de dezembro
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Prêmios e Concursos

7º Prêmio Barco a Vapor de Literatura Infantil e Juvenil Prazo de inscrição: 30 de dezembro de 2010

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